PIRATAS DO PORTO

S* - PIRATA ITAPEMENSE DO PORTO.

Quem não conhecera no velho itapema, o lendário S* - pirata audaz dos tempos modernos. Caiçara de estirpe tomando de assalto, com seus marujos, os navios atracados no Porto.

Barbosa, curioso interessado por História, manjador dos buchichos, comenta que S* fazia jus em audácia ao Cavendish, Fenton, antigos corsários dos mares que aterrorizaram estas águas no século XVI.

Uma das suas proezas conta ele, foi a invasão do navio grego AIS GIORGIS dias antes deste incendiar-se nas docas e ser arrastado para à beira do Distrito itapemense, isso nos idos de 1974.

Durante longas bebedeiras e dúzias de sardinhas assadas nos bares,  fosse nalgum da Rua Maranhão ou ainda no "Pontão das Barcas", papo de marujo sem que ninguém desse bandeira. Então, eram feitos os planos e acertados os preparativos, seguindo as indicações dos estivas mancomunados.

De madrugada aproveitando o nevoeiro das noturnas úmidas, tanto como a penumbra das noites sem luar, entre galhofas e fervorosos beijos na medalha de Iemanjá, noutros amuletos, o bando zarpava da margem esquerda para saquear as embarcações do Porto.

Enquanto no cais os navios eram carregados ao ritmo frenético das esteiras e guindastes, agrupados em pequenas chatas eles abordavam os cargueiros. Subiam pelas amarras de atracação e entravam a bordo. Do convés desciam os fardos dependurados numa corda, neles muambas de toda sorte (calças jeans, whiskies, relógios, aparelhos eletrônicos).

Muitas ocasiões quando surpreendidos pela Polícia Marítima em patrulha viam-se obrigados a mergulhar da borda do navio no canal profundo, com roupa e tudo. Empreendendo fuga, sob o risco de perder a mercadoria, o zunido das balas a traçar o ar e a espuma da maré vincando atrás deles. Singravam velozes o estuário desembarcando em terra firme de Itapema, por vezes a embrenhar-se no mangue.