FEIRA "DO ROLO", NO FINAL DA RUA JOANA DE MENEZES FARO (ANTIGA RUA OLIVEIRA) EM ITAPEMA - SP.
Domingo... Na tradicional Feira "Do Rolo", ali no fim da Joana de Menezes Faro ajuntam-se malandros, ambulantes, cantores e apetitosas dançarinas, religiosos messiânicos, artistas de rua, ciganos, desvalidos da sorte e os que a revertem ao seu favor. Espalhadas em lonas pelo asfalto, nas barracas, bancas, todo tipo de tralha velha e inusitada. Mas não só: ferramentas, artigos pirateados, revistas e filmes pornográficos, aparelhos eletrônicos semi-novos. Enfim, o que se prestar a ser convertido em moeda corrente.
VISTA DO ALTO DA FEIRA "DO ROLO", QUE ACONTECE AOS DOMINGOS NO DISTRITO DE VICENTE DE CARVALHO [ITAPEMA/SP].
UMA TRADICIONAL BANCA DA FEIRA "DO ROLO" [ITAPEMA/SP].
"Se sirva tá mesa farta... " - Castiga o embolador seu pandeiro, dando início a peleja.
"- É de comê eu traço!" - Resposta o parceiro repetindo o mote.
"- Tem galinha da Angola..."
"- É de comê eu traço!"
"- E carne de caçarola..."
"- É de comê eu traço!"
"- Vai leitão à espanhola..."
"- É de comê eu traço!"
"- Tua mulé só de caçola..."
"- É de comê eu traço!" - Responde inadivertidamente.
"- Do teu pai fritei as bola..."
"- É de comê... Epa, epa! Pera lá, Poeta. Assim, você tá com fuleragem..."
ARTISTA DE RUA APRESENTANDO-SE NO ESPAÇO DA FEIRA "DO ROLO" [ITAPEMA/SP], COM O NÚMERO "ARO DE FACAS".
Sobre as bancas de roleta popular, Manézinho lança a sorte na expectativa de transformar os seus caraminguados, em quem sabe, noutras doses mais de cachaça ao fim da tarde no Forró do Bico Doce...
- É R$ 2,00 o jogo. Rodô... Fez praça! - A palheta do eixo corre ligeira. - Feito!!
- Disgrama!
- Oí, não casô onde falei...
- Deu banca! - O crupier sai recolhendo as notas e as ilusões desfeitas na realidade dali por diante.
Basta formar outra aglomeração para apresentar-se o sujeito que se arrisca no aro de facas, propalando as virtudes curativas da banha de peixe-boi da Amazônia...
- Arrepare... Pra mim fazê esses movimentos tem que tê o corpo resguardado. - E numa mistura de Kung Fu e Capoeira vai realizando seu mise-en- scène. - Então, o companheiro que a patroa reclama da disposição dele, porque não guenta o vai-e-vem. O sinhô que anda de chinelo, pois não consegue amarrá o cadarço do sapato... Eu tô trazendo lá de cima, um potente remédio dos índios...
- É R$ 2,00 o jogo. Rodô... Fez praça! - A palheta do eixo corre ligeira. - Feito!!
- Disgrama!
- Oí, não casô onde falei...
- Deu banca! - O crupier sai recolhendo as notas e as ilusões desfeitas na realidade dali por diante.
Basta formar outra aglomeração para apresentar-se o sujeito que se arrisca no aro de facas, propalando as virtudes curativas da banha de peixe-boi da Amazônia...
- Arrepare... Pra mim fazê esses movimentos tem que tê o corpo resguardado. - E numa mistura de Kung Fu e Capoeira vai realizando seu mise-en- scène. - Então, o companheiro que a patroa reclama da disposição dele, porque não guenta o vai-e-vem. O sinhô que anda de chinelo, pois não consegue amarrá o cadarço do sapato... Eu tô trazendo lá de cima, um potente remédio dos índios...
BRINQUEDOS ANTIGOS E USADOS SÃO ARTIGOS ENCONTRADOS NA FEIRA "DO ROLO" [ITAPEMA/SP].
- Quanto custa esse celular aí? - Perguntou o outro apontando um aparelho antigo na lona.
- Vintão.
- 20!?... Quanto você me dá nesse meu?
- Um real.
- Um real!? Contigo não faço negócio nunca.
- Sai fora, malandragem!... Qué de graça?
Algumas vezes transações malfeitas no meio da semana são resolvidas no braço.
- Devolve o "barato", pilantra! - E ali discutido as pendências.
FEIRA DO "ROLO" [ITAPEMA/SP] VENDE-SE DE TUDO QUE SE PRESTAR A SER CONVERTIDO EM MOEDA CORRENTE.
Lá adiante noutra barraca...
- Pode um negócio desse?... O camarada queria pagá 5 paus neste rádio que eu te paguei 15! - Indicava o aparelho escangalhado em cima da banca.
- Manda comprá no shopis! - Arrematou sonsamente o esperto, certificando o antigo negócio.
- Taí, mas não vendo.
Por todo canto é observar com sutileza o movimento... Aproveitando o tumulto numa barraca de relógios, dois meliantes encostam fingindo-se honestos compradores. Apanham a mercadoria examinam. Com a distração do camelô, o larápio passa o Citizen para o cupincha atrás dele e saem sem despertar suspeita.
NAS BARRACAS DA FEIRA DO "ROLO" ENCONTRA-SE TODA SORTE DE MERCADORIAS: FERRAMENTAS, APARELHOS ELETRÔNICOS SEMI-NOVOS E TODO TIPO DE TRALHA INUSITADA [ITAPEMA/SP].
Pro malandro Domingo é dia de expediente...
Mingau aplicava seu mais engenhoso golpe. A artimanha consistia em entregar os documentos da sua bicicleta a um parceiro. Ao ser vendida para um incauto, concluído o "rolo" ele sumia. O comparsa instantes depois reclamava o roubo ao comprador em meio à muvuca, solicitando que entregasse a "magrela", mediante apresentação dos documentos.
- Mesma marca, cor... Tá vendo, boy, é minha. Quero vê a numeração. - O rolo estava formado.
Amedrontado o comprador devolvia amargando o prejuízo. Mingau e seu comparsa dividiam os lucros à beira dos trilhos da ferrovia.
Há quem diga que foi da reunião de uma dezena de conhecidos, em meados dos anos 70, que se encontravam para beber, jogar conversa fora e consequentemente desencalhar coisas usadas, dando ao Itapema uma das suas manifestações mais populares e característica.
FINAL DA FEIRA "DO ROLO", JUNTO À MALHA FERROVIÁRIA DO PORTO (MARGEM ESQUERDA) - DISTRITO DE VTE. CARVALHO [ITAPEMA/SP].
Essa tua página está muito boa!!! Meu nome é José Alexandre, tenho 37 anos e desde os 4 moro em Itapema. Morei na Rua Santa Terezinha perto da antiga delegacia, numa casda de madeira muito bem feita que pertencia aos meus avós. Me lembro de quando a Thiago Ferreira tinha mão dupla, da Av "b", do Quarto grupo que depois foi chamado de Philomena Cardoso de Oliveira. Já morei também na rua Mato Grosso, na vila Àurea, no Jardim Progresso e atualmente moro no bnh Dow química. Minha mãe trabala a mais de 25 anos nas Casas Pernambucanas. Seu trabalho de resgate da memória dessa terra é fantástico! Parabéns!
ResponderExcluirseu depoimento muito nos motiva neste trabalho, obrigado.
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