__________ Itapema, suas histórias... __________

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

ITAPEMA - Aspectos geográficos, naturais, urbanos e sociais

PANORÂMICA DA ENTRADA MARÍTIMA DE ITAPEMA/SP.

ITAPEMA/SP - BRASIL (cidade portuária-estuarina), no Litoral Paulista (a Leste do Estado), topograficamente esta localizada a Noroeste da Ilha de Santo Amaro, cerca de três milhas estuário adentro, afastada do Oceano Atlântico. Assinalada sob o Trópico de Capricórnio (América do Sul), cujas coordenadas geográficas são as seguintes: Longitude - 46:17:20.88 e Latitude - 23:56:44.75, em Altitude de 3, 00 m acima do nível do mar. Anteriormente conhecida como Distrito de Vicente de Carvalho.
Assenta-se numa planície entre a escarpa da Serra do Mar e o Estuário do Porto (chamado pelos antigos indígenas de Guarapiçumã), também fazendo limites ao Norte pelo Canal da Bertioga e a Leste com a Estância Balneária.
MAPA DO ESTADO DE SÃO PAULO ASSINALANDO A ILHA DE SANTO AMARO À BORDA DO OCEANO ATLÂNTICO.
O DRAGÃO ALADO DA ILHA DE SANTO AMARO, ONDE ESTÁ SITUADA ITAPEMA/SP.
VISTA AÉREA A PARTIR DO FORTE DE ITAPEMA (ANOS 80).
FORTE DE ITAPEMA/SP (1906).

O topônimo ITAPEMA está relacionado ao pinhão rochoso granítico, que deu origem ao seu nome primevo, onde foi erguido o Forte de Itapema (Século XVI), ícone emblemático da História da cidade:
Procede do Tupi: ITA "pedra", PÊ "quebrar, torcer, dobrar", e o sufixo MA (breve) para formar supino - como ensina João Mendes de Almeida, com o significado de "morro quebrado mais de uma vez ou pedra muito quebrada". Designa-se ainda o nome ITA (pedra) - PEMBA (lascada) que deriva da forma como os nativos referiam-se ao local, em função do pinhão rochoso (granítico geográfico, Pedra do Itapema).
 PARTE DO PINHÃO ROCHOSO GRANÍTICO - PEDRA DO ITAPEMA.

ITAPEMA apresenta Clima Litorâneo de transição, tanto do ponto de vista das classificações analíticas quanto das pluviométricas. Assim sendo, possui clima Inter-Tropical (quente e úmido), com Temperaturas variando entre Máxima de 38ºC e Mínima de 10ºC. Umidade Relativa do Ar em 77%. E Média Anual de Chuvas de 178,5mm.
A Tábua de Marés pode assim variar:
Maré comum: 2,30m (Lua cheia) - dois dias antes e até três dias depois.
Maré comum: 1,60m (Quarto crescente ou Minguante) - dois dias antes até três dias depois.
Maior preamar: 2,70m (observada acima do zero hidrográfico).
Baixamar comum: 0,45m (em dia de Lua).
Baixamar comum: 1,10m (em dia de Quarto crescente).
Em geral as grandes Baixamarés comumente descem a menos de 0,33m.
MARGEM ESQUERDA, ITAPEMA/SP.

Os ventos predominantes são: o vento 'S' e o 'E', oriundos respectivamente do anticiclone polar e do anticiclone atlântico, constituindo vento prevalecente, o vento Sul ('S') com variação Sudeste ('SE'). Entretanto, nos meses de inverno e início da primavera passa a dominar o vento Sudoeste ('SW'), especialmente em Agosto. Sentindo-se também com mais frequência, nessa mesma época do ano, os efeitos do Noroeste ('NW').
À ESQUERDA DO ESTUÁRIO, A PORTUÁRIA ITAPEMA/SP.
 ITAPEMA/SP (1939) NA MARGEM ESQUERDA DO ESTUÁRIO (GUARAPIÇUMÃ).
 À ESQUERDA ITAPEMA/SP NA MARGEM DA ILHA DE SANTO AMARO.

Sendo banhada por região de formação estuarina, portanto marinha, ainda nota-se em ITAPEMA/SP a sedimentação intermediária correspondente aos mangues, que são bancos de lodo e areia, cuja vegetação é predominante em que suas raízes aéreas surgem nas proximidades dos cursos de água salobra, junto a região marítima.
EM PRIMEIRO PLANO (À DIREITA) ITAPEMA, NO LITORAL PAULISTA.
À ESQUERDA DO ESTUÁRIO, ITAPEMA/SP.
AO FUNDO NA MARGEM DA ILHA DE SANTO AMARO, ITAPEMA/SP.
À ESQUERDA DO ESTUÁRIO, A PORTUÁRIA ITAPEMA/SP.
ITAPEMA À NOROESTE DA ILHA DE SANTO AMARO - CONTINUAÇÃO DA RODOVIA PIAÇAGUERA.
AO FUNDO (À ESQUERDA) ITAPEMA/SP (PORTUÁRIA-ESTUARINA) NO LITORAL PAULISTA.

Seu ecossistema, bastante degradado, caracteristicamente, mescla Mata de Restinga e esses mangues. Noutros tempos, apresentava a formação de três morrotes isolados: Morro do Itapema (com cerca de 50 metros de altura), utilizado em parte como aterro para as instalações da Base Aérea. Morro do Leme ou do Toledo, suprimido também para aterro do sítio da unidade militar da Força Aérea brasileira. Morro Magdatá ou Marinho, nas imediações do Bairro Jardim Progresso.
MORRO DO ITAPEMA NESTE DETALHE DE FOTOGRAFIA AÉREA. 
B. CALIXTO REPRESENTA AO FUNDO O DISTRITO E NOTADAMENTE, O MORRO DE ITAPEMA.
DETALHE DE PLANTA URBANA ASSINALANDO O MORRO DE ITAPEMA E MORRO DO LEME (TOLEDO).
MORRO MAGDATÁ - ITAPEMA/SP.
MORRO MAGDATÁ AO FUNDO NA MARGEM ITAPEMENSE, VISTO SOBRE O CANAL DA BERTIOGA.
MORRO MAGDATÁ E REGIÃO DE MANGUE NA MARGEM ITAPEMENSE.
ESPORTISTA ÀS MARGENS DO MORRO MAGDATÁ - ITAPEMA/SP

O solo dividido em 3 espécies: planície enxuta - restingas, paludais (vargens charcadas, manguezais) e morrotes, tal qual citado. A característica principal dos solos está na sua heterogeneidade. A cobertura sedimentar é, em geral, formada por uma sequência de argila, bem como areias finas e grossas. A geologia ao se estudar o Ph dos solos em relação ao Litoral denota-se que, "todas essas localidades repousam em solo de constituição arqueana, representada por detritos de rochas cristalinas contendo areias de praia, tipo de solo das planícies litorâneas."
MATA DE RESTINGA EM SOLO ITAPEMENSE (MAGDATÁ).
VEGETAÇÃO DE RESTINGA REGIÃO DO MAGDATÁ (ITAPEMA/SP).
VARGEM CHARCADA NA RESTINGA (MORRINHOS) ITAPEMA/SP.
CHARCO E VEGETAÇÃO NA REGIÃO DE MORRINHOS.
VEGETAÇÃO REMANESCENTE DE MATA DE RESTINGA (PIAÇAGUERA) EM ITAPEMA/SP.
VEGETAÇÃO DE RESTINGA ITAPEMA/SP.
VEGETAÇÃO REMANESCENTE DE RESTINGA JUNTO AO RIO SANTO AMARO.

A Restinga compõem-se de "vegetação natural que ocorre em cima dos cordões arenosos paralelo ao oceano, constituído por vegetação lenhosa e densa, da parte interna e plena..."
As espécies vegetais recorrentes são os Manacás, Suinãs, Imbaúbas, Guapuruvus, Embiras, Caraguatás, Guambês, Aroeiras, Brejaúvas, Quiçaçás, Jerivás, Mulungus, Samambaiaçus (xaxins), Bambuzais, entre demais plantas na transição com a Mata Atlântica. Sua flora é bastante diversificada: Lélias, Bromélias, Lírios-do-brejo, Bicos-de-papagaio. Servindo de abrigo aos Tiês, Sabiás, Beija-flores, Cambacicas, Sanhaços, Juritis, Saruês, Teiús, Cágados, Capivaras, Jacarés (nos alagadiços), além de outros animais de pequeno porte. À borda da mata (capoeiras) proliferam ainda Tizius, Bicos-de-lata, Coleirinhas, Canários-da-terra, Tico-ticos, preás.
   VEGETAÇÃO DE MANGUE (CONCEIÇÃOZINHA) ITAPEMA/SP.
ANTIGO MANGUE EM ITAPEMA.
VEGETAÇÃO DE MANGUE NAS MARGENS DE ITAPEMA/SP.

Os diversos mangues primevos e remanescentes, que beiram o Canal da Bertioga, Rio Santo Amaro e o Estuário do Porto resistem vicejando Siriúbas (mangue-preto), Guapirá (mangue-amarelo), Garapari (mangue-vermelho ou bravo), Avicênias (mangue-branco ou manso). Nos dias de trovoada os manguezais acusam a presença andarilha de Uçás, Aratus, e Guaiás, numa vegetação incrustada de Sururus.
ANTIGO TRECHO DE RESTINGA E MANGUE (PRAINHA) ÀS MARGENS DO ESTUÁRIO (ITAPEMA/SP).
TRECHO DE RESTINGA E MANGUE (CONCEIÇÃOZINHA) UM DOS CAIS ONDE SE DESENVOLVEU O PORTO EM ITAPEMA/SP. (ANOS 50)
REGIÃO DE MANGUE EM ITAPEMA, NAS IMEDIAÇÕES DO MORRO MAGDATÁ.

Nossos rios, na verdade, constituem-se (alguns em vias de canalização) em braços-de-mar (gamboas), com fluxo e refluxo decorrente das marés. São eles:
Rio Santo Amaro de Guaibê - (que já teve nascente de água doce) rico em amborés, majubas e outros peixes. 
Rio Crumahú - conhecido pelos índios como rio das tainhas (crumãs).
Esses dois rios (acima citados) unidos no seu percurso definem os limites geográficos naturais entre ITAPEMA/SP e a Estância Balneária.
Rio Maratuá (ou Maratauá) - cujas margens contém depósitos arqueológicos de sambaquis.
Rio Acaraú - que abriga ainda alguns Jacarés-do-papo amarelo, onde se pescava Carás, Siris, além de ter sido navegável. O nome do rio é derivado da Língua Tupi significando "rio das garças", devido ao número considerável dessas aves nas margens do Acaraú. Margeia os bairros de Parque Estuário, Jardim Progresso, alcançando o canal da Av. Antonio Freire e Av. Mário Daige nos bairros de Vila Áurea. Pae Cará, Esplanada do Castelo e Jardim Boa Esperança. 
Rio da Pouca Saúde (também chamado Gamboa do Juca) - ligado aos meandros do Sítio Conceiçãozinha. 
Outros de menor proporção: Rio Perdido. Dos Patos. Volta Grande. Comprido.
RIO SANTO AMARO - TRAJETO PARA O ESTUÁRIO DO PORTO (ITAPEMA/SP).
   RIO SANTO AMARO DE GUAIBÊ, DIVISA ENTRE ITAPEMA/SP E A ESTÂNCIA BALNEÁRIA.
CHATÃO UTILIZADO PARA EXTRAÇÃO DE AREIA NO RIO SANTO AMARO (ANOS 80).
ANTIGO COLETORES DE VÍVERES DAS MARGENS E  DO RIO SANTO AMARO. 
TRECHO DO RIO ACARAÚ NA ÁREA URBANA ITAPEMENSE.
RIO ACARAÚ NOS SEUS TEMPOS AINDA NAVEGÁVEIS (1976) ITAPEMA/SP.
GARÇA E BIGUÁ PESCAM NUM CURSO DO RIO ACARAÚ.
CAYMAN LATIROSTIS (JACARÉ-DO-PAPO AMARELO) NO RIO ACARAÚ.
RIO MARATUÁ (ITAPEMA/SP).
REGIÃO DO RIO MARATUÁ (ITAPEMA/SP) , ONDE SE ENCONTRAM SAMBAQUIS.
VEGETAÇÃO DE MANGUEZAL JUNTO AO RIO MARATUÁ.
REGIÃO DO RIO MARATUÁ (ITAPEMA/SP).
ESCAVAÇÃO DE FÓSSIL DO HOMEM DE MARATAÚA. NUM SÍTIO ARQUEOLÓGICO PELAS MARGENS DO RIO.
RIO CRUMAHÚ NAS IMEDIAÇÕES DE MORRINHOS (ITAPEMA/SP).
MEANDROS DA GAMBOA NA REGIÃO DE MORRINHOS (ITAPEMA/SP).
GARÇAS NUM CÓRREGO CANALIZADO EM MORRINHOS.
UM MOMENTO POÉTICO NA GAMBOA (MORRINHOS).
PERCURSO DO RIO DA POUCA SAÚDE (GAMBOA NO JUCA) EM CONCEIÇÃOZINHA (ITAPEMA/SP).
CURSO DO RIO DA POUCA SAÚDE NA ÁREA URBANA DE ITAPEMA/SP.
CURSO DO RIO DA POUCA SAÚDE NA ÁREA URBANA ITAPEMENSE.
GRAFITE DE WILIS NA "DESEMBOCADURA" DO RIO DA POUCA SAÚDE (ITAPEMA/SP).
LAGOA SALOBRA NOS MEANDROS DA GAMBOA DO JUCA (RIO DA POUCA SAÚDE) SUCUMBIU AOS TRILHOS DA ANTIGA RFFSA.
 TRECHO DO RIO DA POUCA SAÚDE (GAMBOA DO JUCA) NOS MEANDROS PELA CONCEIÇÃOZINHA.
RIO DA POUCA SAÚDE (GAMBOA DO JUCA) NO SEU TRECHO NAVEGÁVEL PELOS MEANDROS DA CONCEIÇÃOZINHA.
AÇÃO PRESERVACIONISTA NAS MARGENS E ÁGUAS DO RIO DA POUCA SAÚDE.
RIO DA POUCA SAÚDE NA SUA INTERLIGAÇÃO COM O ESTUÁRIO DO PORTO (ITAPEMA/SP).

Quando em vez avistam-se em suas margens lodosas, Garças, Irerês, Biguás, Quero-queros, Jaçanãs, dentre outras espécies. Outrora as águas tranquilas e escuras do Estuário (Guarapiçumã) já foram abundantes em Tainhas, Robalos, Garoupas, Sardinhas, Siris-candeias, Camarões, até botos Tucuxis e Cações eram encontrados. 
Muito tem se perdido definitivamente com o avanço do Porto, terminal de contêineres, fertilizantes, químicos, armazéns de grãos, açúcar e instalações retro-portuárias. Daí, este trecho anteriormente ocupado pela Mata de Restinga estendendo-se até as bordas do Estuário (Guarapiçumã), com suas "picadas" misteriosas, charcos, manguezais e gamboas que ladeava a Estrada do Itapema, tal como parte da região interna da Vargem Grande do sítio itapemense, sucumbe ao progresso.
MARGEM ITAPEMENSE (SP) BANHADA PELO ESTUÁRIO DO PORTO.
MARGEM ESQUERDA DO ESTUÁRIO DO PORTO (PRAINHA) ITAPEMA/SP.
MARGEM DE ITAPEMA /SP NO ESTUÁRIO DO PORTO (GUARAPIÇUMÃ).
MARGEM ITAPEMENSE (SP) DO ESTUÁRIO DO PORTO.
PESCADOR NA MARGEM ITAPEMENSE LANÇA SUA REDE NAS ÁGUAS DO ESTUÁRIO DO PORTO (GUARAPIÇUMÃ).
VEGETAÇÃO REMANESCENTE NA MARGEM ITAPEMENSE DO ESTUÁRIO DO PORTO (ITAPEMA/SP).
 MARGEM ITAPEMENSE (BOCAINA) ESTUÁRIO DO PORTO (ITAPEMA/SP).
BIGUÁS NA MARGEM ITAPEMENSE DO ESTUÁRIO DO PORTO.
GARÇA-CINZA NA MARGEM ITAPEMENSE DO ESTUÁRIO DO PORTO (BOCAINA).

Levantamento mapeado de 1963 por meio de fotografia da Cruzeiro do Sul S.A (restituição do Profº Roberto Lopes Moraes, sob direção do Dr. Antonio Rocha Penteado e desenho de Rufino) assinala os antigos elementos do sitio urbano itapemense. Nossas áreas abrangiam muito mais bancos de areia, manguezais, mata de restinga e capoeiras, além de terrenos cultivados (bananais).
Sobre terras agricultáveis na Ilha, por muito tempo ITAPEMA/SP esteve vocacionada como zona rural. Sítios, fazendas, engenhos. O início do cultivo de banana em larga escala, no final do Século XIX, marca uma segunda transição de lavoura em terras itapemenses.
À DIREITA ITAPEMA/SP E OS ELEMENTOS ORIGINAIS ASSINALADOS DO SÍTIO URBANO.

O império da Banana viveu seus dias de glória entre os anos de 1905 e 1950. Sustentou por décadas economicamente a região do Litoral Paulista.
Negócio aqui implementado pela Família Backheuser e Proost de Souza (aparentados entre si), num extenso bananal abrangendo o 'Sítio Paicará'.
A Condessa Áurea Conde, foi uma das maiores latifundiárias de bananicultura do Litoral Sul paulista. Não se sabe ao certo estimar o número de hectares que pertenciam a Dona Áurea Gonzales Conde, mas segundo depoimentos de moradores, sobretudo de Vicente de Carvalho (Itapema) suas terras (BanÁurea) iam da divisa da Bertioga até onde hoje está localizada a Vila Edna. Bem ao estilo "Banana is my business", a Família Áurea Conde até o final da década de 1960 exportava bananas para o continente europeu e Estados Unidos.
Juntamente com as Famílias Backheuser, Vasquez e Alonso dominavam o cultivo de banana no Litoral do Estado de São Paulo.
PLANTAÇÃO DE BANANAS NO LITORAL PAULISTA, INÍCIO DO SÉCULO XX.
AGRICULTORES EM BANANAL DA REGIÃO.
TROLEY CARREGADO DE CACHOS DE BANANA PUXADO POR ANIMAL. 

A Ilha de Santo Amaro, especialmente, Itapema e Cachoeirinha, cidades do entorno, além do Vale do Ribeira produziam milhões de cachos de bananas por ano. Desde o princípio é instalado um Píer bananeiro para escoamento da safra (ao lado da "enseadinha" do Forte de Itapema), sob administração e instalações da Wilson Sons. A banana era o 3º produto mais exportado pelo Porto.
No mangue, a Leste da ferrovia, existiam inúmeras linhas de "deucaville" (decaville). Ou seja, ramais com troleys puxados por animais, locomotivas pequenas, muitas vezes movidas à gasolina e com bitola de 60cm para transporte de cachos de bananas, principalmente na região de Itapema. Ainda existentes em meados dos anos de 1960.
Registra o Poeta, Lydio Martins Corrêa num seu poema dedicado ao ITAPEMA:
"(...)Terra da Vargem Grande, a cobiçada
Dos grandes plantadores de verdade,
Da "Musa sapien tum", a qualidade
Que aqui logo encontrou sua morada.

E os bananais as áreas dominaram
De tal forma que, até mesmo, obstaram
Plantações de quaisquer outros produtos.

Desdobraram-se, aqui, esses eventos
Que deram a este solo os elementos
De ser inigualado nesses frutos..."  
BANANAL DA CONDESSA ÁUREA CONDE GONZALES - BANÁUREA (ITAPEMA/SP).
TRANSPORTE DE BANANA NO RIO ACARAÚ, PRODUZIDAS PELA BANÁUREA.
MAPA ASSINALANDO AS LINHAS DE DECAVILLE PARA ESCOAMENTO DA SAFRA DE BANANA EM ITAPEMA/SP.
PÍER BANANEIRO EM ITAPEMA/SP PARA TRANSBORDO DA SAFRA (1929).

Na metade do Século XX, parte da chamada Zona Rural na Ilha de Santo Amaro persiste exclusivamente com a produção de bananas, exportada para Argentina, Uruguai, Europa ou enviada para São Paulo.
A colheita de bananas na Ilha (em 1949), pelo Censo Agrícola de 1950 registrou a produção de 951. 109 cachos. Dados do IBGE, de 1957, dão conta que o comércio rendeu 12 milhões de Cruzeiros naquele ano.
Em 1967 estávamos entre os principais municípios do Litoral exportadores da "Musa Paradisíaca", nossa produção sempre foi de grande relevância para o mercado internacional.
  EMBARQUE DE BANANA DO ITAPEMA NO PORTO.
CHATÕES COM BANANAS PARA TRANSBORDO EM NAVIOS DO PORTO.

ITAPEMA/SP vinha apenas reafirmando sua vocação agrícola extrativista, a partir da lavoura canavieira implementada na Capitania de Santo Amaro.
Devido a concessão de glebas na metade do Século XVI, a atividade agrícola cresceu valendo-se da mão-de-obra escrava, Itapema contribuiu com a produção açucareira da Ilha e arraiais do entorno. Pelos seus canaviais, implementação de Engenhos, Feitoria de curtume, além de roças e criações. É nesta época, seja pela proximidade com o Porto e comodidade de movimentação de produtos dos fazendeiros da Ilha de Santo Amaro, que Itapema insere-se na atividade econômica do Litoral quinhentista na condição de sesmaria de Jorge Ferreira. Anos mais tarde, Francisco Nunes Cubas adquiriu aqui terras compradas dos seus descendentes.
Relatório - 'Descrição de Todo Marítimo da Terra de S. Crus Chamado Vulgarmente Brasil', relata ser a Capitania de Santo Amaro de terras férteis, "e tem esta ilha boas fazendas e engenhos de açúcar." - Parte considerável em território da "Vargem grande".
 A ILHA DE SANTO AMARO NUM MAPA DE 1631 ONDE SE REGISTRA OS LIMITES DE SUA CAPITANIA, ALÉM DO SÍTIO ITAPEMENSE.

Segundo Luiz D'Alincourt, mantínhamos plantações, conjuntamente com Santos e adjacências, de café, mandioca, do melhor arroz, cacau, algodão, milho, feijão, banana, cana para fabrico de açúcar, água-ardente e pequena criação avícola e bovina.
Em 1765, descreve o Censo, a paisagem era de alguns sítios com canaviais e suas moendas, com seus charcos cobertos de arrozais, plantações de café e atividade pesqueira, que davam para o consumo da região.
Já na metade do Século XVIII era possuidor de terras o Capitão José Bonifácio de Andrada (avô do Patriarca da Independência Brasileira), cujas terras estavam situadas no Sítio do Porto de Santo Amaro (extensão de terra conhecida como "Casa Grande").
Alexandre Luís de Souza Menezes menciona uma Fazenda Conceição (1756), gleba pertencente aos Jesuítas, estuário acima, pros lados de Itapema.
O Censo da Capitania de S. Paulo naquele ano de 1772 identifica ainda prosperarem na Ilha de Santo Amaro, Engenhos de açúcar em que começavam a trabalhar pretos africanos, chegados para substituir os índios, raros já, os quais não podiam ser escravos.
 ÁREA DA ANTIGA FAZENDA 'VARGEM GRANDE' (ITAPEMA/SP).

No ano de 1854, relevante era o comércio de açúcar na região, produzindo-o ainda alguns Engenhos da Ilha de Santo Amaro. Nesses idos (1866) possuía terras em Itapema a Ordem Terceira do Carmo.
Esta lá, na obra famosa do francês Jean Baptiste Debret, 'Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil', no capítulo 'Observações Geográficas', o curioso elogio ao arroz "santista", senão por uma qualidade específica, mas o gosto que lhe pareceu saboroso, produzido em parte no Itapema. Narra ele:
"(...)Província de São Paulo, é sua Capital a cidade de São Paulo, Santos [e aí leia-se também nossos arrabaldes], que produz o arroz mais apreciado do Brasil..." - E é o entreposto da Província de São Paulo.
A estranheza é que embora "Santos" até contasse com algum cultivo de arroz iniciado em 1536 por Brás Cubas, nas suas terras da atual Ilha Barnabé com grãos trazidos da Ilha de Cabo Verde, a Rizicultura sempre foi tratada na região como atividade de subsistência, em pequena escala, já que em matéria agrícola era bem mais importante a cana-de-açúcar.
Todavia, tempos mais tarde no Pae Cará (um arrabalde do então Distrito) era montado em 1900, pelo empresário Hermano Backheuser, um equipamento beneficiador de arroz, conforme registrou o antigo Jornal 'Cidade de Santos', no dia 28 de Julho de 1900:
INFORME NO JORNAL 'CIDADE DE SANTOS' SOBRE A EMPRESA BENEFICIADORA DE ARROZ EM ITAPEMA/SP.

Assim foi que ITAPEMA/SP viveu sua fase agrícola de subsistência (roças, plantações, criações de animais), pequenas propriedades de sitiantes e alguma monocultura com a cana-de-açúcar e o cultivo de banana. A agricultura em terras itapemenses perdurou até meados da década de 1970. Marcou mesmo a denominação de alguns dos seus bairros por serem originários de sítios antes existentes (Sítio Pae Cará, Sítio Conceiçãozinha, Sítio Boa Esperança).
O Sr. Antonio Omine, filho do imigrante japonês Keisho Omine, conta numa reportagem que quando chegou por aqui em 1966, ele e seus familiares passaram "a cultivar chuchu, em uma área próxima a Avenida Santos Dumont, em Vicente de Carvalho [Itapema]..."
   OMINES, ANTIGOS SITIANTES EM ITAPEMA/SP.









Desde a empreitada de Jorge Ferreira [imagem à direita] em meados de 1533, Itapema sempre foi considerado um modesto arrabalde. Constituído por residentes do Forte e Guarnição, trabalhadores das fazendas, bem como dos engenhos existentes, alguns sitiantes, artesões navais e pescadores. Tendo passado por um gradativo processo de povoamento iniciado no período colonial, o que se confirma em alguns Censos então realizados.
DETALHE DE MAPA (1631) ONDE SE REPRESENTA AS TERRAS DE ITAPEMA/SP NA ILHA DE SANTO AMARO.
PESCADORES DAS IMEDIAÇÕES LANÇAM SUAS REDES NO LARGO DE CANEÚ.
VILA DA BOCAINA, CÉLULA-MATER ITAPEMENSE.

No extremo noroeste da Ilha, pelo avançar dos tempos, residiam os moradores da Vila da Bocaina, núcleo originador do Distrito, foi um antigo reduto de Caiçaras, que viviam do plantio de roças, pesca, de onde tiravam o sustento. Alguns remanescentes das primeiras ocupações, desde o Século XVI, os quais ergueram ali em tempos remotos a Capela de Santa Cruz do Riacho, provavelmente em referência a antiga denominação do Forte de Itapema. Ajuntaram-se tempos depois imigrantes portugueses, italianos e japoneses, como trabalhadores de carpintaria naval, do cais, marítimos e agricultores dos bananais vizinhos.
ANTIGOS MORADORES DA VILA DA BOCAINA - ITAPEMA/SP.
NAVEGANDO NA BOCAINA - ITAPEMA/SP (ANOS 60).
Outros pescadores (portugueses com índios, mestiços de escravos) instalaram-se especialmente em Sítio Conceiçãozinha (antiga fazenda jesuítica) à sudoeste de Itapema formando outra remota povoação itapemense, vivendo da atividade marítima, da coleta de víveres do mangue, da mata ao redor e do roçado. Além dos migrantes nordestinos chegados mais tarde, empregados como pedreiros, empregadas domésticas, motoristas, faxineiros, cozinheiros etc.
CONCEIÇÃOZINHA NA MARGEM ITAPEMENSE.
ANTIGOS MORADORES DO SÍTIO CONCEIÇÃOZINHA.

Aviso Régio de 21 de Outubro de 1817 descreve denominações, extensões, senhorios, títulos de terra da região da Ilha de Santo Amaro. Sítios, Fazendas ou localidades eram em 12. Não distingue o número de habitantes livres, porém o de escravos soma 79.
Itapema será dado estatisticamente como habitado pelo Censo de 1822, primeiro ano do Império Brasileiro de D. Pedro I. Conforme recenseamento em Lista Geral dos habitantes existentes, suas ocupações, condição, empregos, abrangendo Itapema até as cercanias da Praia de Guarujá. Deduz-se serem 9, as moradias ou sítios. Viviam por aqui 16 Homens e 16 Mulheres, além de 9 escravos anotados. Num total de 41 habitantes.
 ESTAÇÃO DAS BARCAS EM ITAPEMA/SP.
PONTÃO DAS BARCAS EM ITAPEMA/SP.
AV, THIAGO FERREIRA - ITAPEMA/SP (MAIO/1995).

É ao tornar-se, em Setembro de 1893, rota de acesso à Vila Balneária, caminho obrigatório da elite cafeeira paulistana (E.F. Itapema, SP-2066) para o Hotel La Plage e às praias, que ganha importância enquanto núcleo populacional.
Publicação de 1898 assinala:
"Toma-se no caes das Docas uma lancha que após curta travessia chega ao lugar Itapema, defronte da cidade. Ahi segue-se pela Estrada de Ferro da Companhia Balneária até Guarujá, seu ponto terminal." - E seria exatamente este o único trajeto até 1918.
O ANTIGO BAIRRO ITAPEMA JUNTO AO FORTE.
IMEDIAÇÕES DO BAIRRO ITAPEMA EM DETALHE DO QUADRO DE CALIXTO.

Nas proximidades do Largo da Estação das Barcas e Rua Itapema surgiram algumas moradias que se constituíram em habitações de empregados do Sistema de transporte Marítimo e Ferroviário, conformando o Bairro de Itapema (compreendendo as terras da Wilson, Sons & Co. com limite final na Av. São Pedro). Concomitantemente nos antigos loteamentos da Vila Pae Cará e Jardim Santense (promovidos pelas  Famílias Backheuser, Proost de Souza e City of Santos Inprovements Co., no início do Século XX). O empreendimento balneário demandou mão-de-obra e muita gente veio do interior do Estado de São Paulo, dando marcha assim ao processo migratório da Ilha de Santo Amaro.
ANÚNCIO EM 'A TRIBUNA'  DO LOTEAMENTO VILA PAE CARÁ (1918) ITAPEMA/SP.

Com o advento da Base Aérea no ano de 1925, muitos residentes desapropriados da Bocaina, após anos de resistência, passaram a morar ao longo da via férrea (atual Av. Thiago Ferreira) até a Rua Mato Grosso, nos limites da Rua Cunhambebe, ocupando a região central em que se formou o Bairro Vila Alice. A compôr assim, a parte mais antiga: o velho Itapema.
BASE AÉREA INSTALADA NA BOCAINA - ITAPEMA/SP.
CHALÉS COM JARDIM À FRENTE AO LONGO DA AV. THIAGO FERREIRA - ITAPEMA/SP (ANOS 60).
ANTIGOS MORADORES DA AV. THIAGO FERREIRA - ITAPEMA/SP (1930).
 ANTIGOS CHALÉS NA AV. THIAGO FERREIRA  (DÉCADA DE 80).

Tempos depois (década de 40) surgiu o loteamento do Sítio do Pai Elesbão, convertido em Parque Estuário. Até o final dos anos 40, a população itapemense era formada por funcionários públicos, alguns comerciantes (atividade desenvolvida em grande parte por portugueses e espanhóis), trabalhadores navais e do Porto (estiva, navegação), ambulantes, agricultores dos bananais, pescadores, profissionais autônomos e prestadores de serviço.
PARQUE ESTUÁRIO À PARTIR DA ANTIGA RUA "8" - ITAPEMA/SP (DEZ/1949).
AV. PRESIDENTE VARGAS (ANTIGA AVENIDA "A") PQ. ESTUÁRIO - ITAPEMA/SP (DEZ/1949).
BAIRRO PQ. ESTUÁRIO AV. PRESIDENTE VARGAS (DEZ/2011) ITAPEMA/SP.

Intensifica-se a migração nordestina, datada de 1940. Em geral os homens chegam como mão-de-obra para a construção de prédios na orla da praia, as mulheres para o serviço doméstico.
A partir de então, o notável crescimento de Itapema deveu-se ao preço acessível dos terrenos, às crescentes invasões, sua localização defronte a zona portuária e serviços regulares de comunicação com o entorno. Possibilitando a massa trabalhadora permanecer e empregar-se na atividade industrial, de estiva e turística.
ITAPEMA/SP ACESSO MARÍTIMO PELAS CATRÁIAS (ANOS 60).

A expansão balneária do litoral paulista, bem como a implantação industrial na região criaram novas condições de emprego. Por outro lado, o aumento da população regional e a supervalorização das grandes áreas limitaram as opções de moradia deste contingente em busca de melhores oportunidades. A ausência de fiscalização em terrenos abandonados, antigos bananais e áreas de mangue, Itapema apresentou-se como opção para esta transferência residencial.
ANTIGO BRASÃO DE ITAPEMA/SP.

Em 30 de Dezembro de 1953, Itapema é alçado a condição distrital dentro da Ilha de Santo Amaro (Lei Estadual Nº 2456) e rebatizado com o nome do "Poeta do Mar", Vicente de Carvalho. O aparecimento do "Distrito de Paz" foi basicamente determinado pelo contexto político-econômico, pois ganhava feições de conglomerado urbano. Ao deixar a condição rural, melhores impostos poderiam ser auferidos pela Sede balneária.
NO ESTUÁRIO DO PORTO AO FUNDO ITAPEMA/SP.
DO OUTRO LADO, A REGIÃO DA BOCAINA NA MARGEM ITAPEMENSE (DÉCADA DE 1900).
NO ESTUÁRIO DO PORTO A REGIÃO DA BOCAINA EM ITAPEMA/SP.
PANORÂMICA ESTUÁRIO DO PORTO (AO FUNDO) À DIREITA BOCAINA NA MARGEM ITAPEMENSE.
AO FUNDO ITAPEMA/SP NA MARGEM DO ESTUÁRIO DO PORTO.
PANORÂMICA DO ESTUÁRIO DO PORTO AO FUNDO ITAPEMA/SP.
PANORÂMICA DO SÍTIO ITAPEMENSE.
NO ESTUÁRIO DO PORTO (BOCAINA) BASE AÉREA - ITAPEMA/SP.
MARGEM ESQUERDA DO ESTUÁRIO DO PORTO SÍTIO ITAPEMENSE.
ESTUÁRIO DO PORTO AO FUNDO SÍTIO ITAPEMENSE.
ITAPEMA/SP NA MARGEM ESQUERDA DO ESTUÁRIO DO PORTO.
DO OUTRO LADO A OCUPAÇÃO DO SÍTIO ITAPEMENSE.

O fenômeno da ocupação desordenada ampliou-se no ano de 1956 por ocasião de mais um desabamento de morros santistas. As famílias atingidas transferem-se maciçamente para o Pae-Cará, agravando as condições sociais. Segue-se ao Decreto Estadual expropriatório para regularização desta área (de 29 de Julho de 1956) sucessivo fluxo migratório inesperado (acentuadamente de nordestinos) para trabalhar no Porto e na Construção Civil.
INÍCIO DA URBANIZAÇÃO DO BAIRRO PAE-CARÁ (ANOS 60) ITAPEMA/SP.
CRIANÇAS E JOVENS BRINCAM EM RUA DO BAIRRO PAE-CARÁ (ITAPEMA/SP).
 CRUZAMENTO DA LUIZ GAMA COM AV. OSWALDO CRUZ (2011) ITAPEMA/SP. 

O início de urbanização do Pae-Cará não solucionou as complexas dificuldades existentes, apenas configurou a ocupação definitiva e até por assim dizer, aflorou os problemas sociais de ITAPEMA/SP, seu espaço urbano ganhou traços de verdadeira cidade.
Considerando os Censos de 1950 e 1960, enquanto a população do Distrito sofreu aumento de 97% (passando de 6.431 para 12.709 habitantes), o aumento de domicílios foi da ordem 147,7% (passando de 2.051 para 5.082) - Dados do IBGE recolhidos por Diva B. Medeiros no livro, 'A Baixada Santista, aspectos geográficos", USP.
Expandiu-se além, por loteamentos razoavelmente planejados como Jardim Monteiro da Cruz ao final dos anos 50 e diversas urbanizações que surgiram enquanto bairros, por volta de 1960 em diante, vindo a compôr na atualidade as glebas itapemenses: Jardim Cunhambebe, Jardim Enguaguassú (entrada da velha Bocaina), Jardim Maravilha, Esplanada do Castelo, Vila Áurea (em terras da Banáurea,  bananal da Condessa Áurea Conde), Boa Esperança, Jardim Santana, Jardim Alvorada, Jardim Conceiçãozinha, Jardim Progresso e Morrinhos.
 BAIRRO MONTEIRO DA CRUZ - RUA JÚLIO PEDRO PONTES E SEU PEQUENO COMÉRCIO.
AV, ÁUREA GONZALEZ DE CONDE - BAIRRO VILA ÁUREA (ITAPEMA/SP).
RUA NO JARDIM BOA ESPERANÇA - ITAPEMA/SP (2011).
AV. VICENTE DE CARVALHO - JARDIM SANTANA - ITAPEMA/SP.
BAIRRO JARDIM ESPLANADA DO CASTELO - ITAPEMA/SP (2011).
BAIRRO JARDIM ALVORADA - ITAPEMA/SP (2011)
COTIDIANO NO BAIRRO DE MORRINHOS - ITAPEMA/SP.
  
A cidade ganhou 27% a mais de moradores em uma década, passando de 130.391 para 166.007 pessoas, na comparação entre os Censos de 2000 e 2010, números divulgados pelo IBGE.
O acirramento das contradições sociais do Distrito, e sua explicação não está apenas no fato de ITAPEMA/SP ter recebido mais gente, seja por nascimento ou migrações. Isso se deve, sobretudo ao Plano Diretor aprovado em 2007, que definiu o bairramento do município.
A partir do Plano Diretor, locais que tinham moderada concentração de gente anos antes, como Vila Zilda e Cachoeira passaram a ter peso populacional e foram integrados oficialmente ao Distrito.
Desconsiderando a vontade popular e desconhecedora da história de ITAPEMA/SP, a Câmara Municipal por Decreto resolveu fundir, bem como renomear antigos bairros, estabelecendo novos limites para estas glebas. Todavia, tal mudança não surtiu efeito, uma vez que a população no dia-à-dia continua a se referir ao seu bairro com o nome de sempre.
MAPA DE ITAPEMA/SP COM NOVO BAIRRAMENTO, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A VONTADE POPULAR.

Atitude recorrente da Sede Administrativa, no que concerne ao Distrito e sua velha prática tuteladora, afim de auferir ganhos fiscais com os desmandos perpetrados contra ITAPEMA/SP.
Há décadas passadas, o Distrito já foi considerado, erroneamente, dada a característica de ocupação de suas áreas, a maior favela do país. Sendo utilizado para conseguir verbas em Brasília, dizendo destinarem-se para ITAPEMA/SP, quando na realidade eram para a Sede Balneária.
ESTUÁRIO DO PORTO, À DIREITA ITAPEMA/SP.
  
A movimentação marítima na margem esquerda itapemense deu-se de início, modestamente, como emprego marinho de subsistência. Desempenhada pelos sitiantes, pescadores, artesões navais, que viviam do plantio de roças, pesca, carpintaria naval, donde tiravam o sustento.  Utilizando-se de pequenos barcos ou bergantins para travessia do Canal do Estuário, entre ITAPEMA e os arrabaldes de outrora. Fosse com os pescadores do Sítio 'Conceiçãozinha', ou mais a noroeste da Ilha com os outros caiçaras da Vila da Bocaina.
Evoluindo pois, numa pequena atividade pesqueira que supria o consumo da região. Onde vivia-se da pescaria, além de outros misteres afins ou relacionados com a vida do mar. Os que exerciam a atividade de pescador aventuravam-se em pequenos barcos pela costa.
  PESCADORES ITAPEMENSES (1957).
PESCADORES NA MARGEM ITAPEMENSE DO ESTUÁRIO DO PORTO.

A partir de 1543, tendo sido o Porto santense deslocado da Ponta da Praia para o povoado de Enguaguaçú, no Largo de Caneú, além dos fatores de proteção contra ataques Corsos ficou mais cômodo a movimentação de produtos dos fazendeiros da Ilha de Santo Amaro e arraiais do entorno, havendo como ligação ITAPEMA.
Seja pela proximidade com o Porto da Vila de Santos, ITAPEMA/SP insere-se na atividade econômica do Litoral quinhentista, integrado a Capitania de Santo Amaro, contribuindo para a produção agrícola (cana-de-açúcar), funcionamento de Engenhos, manejo de animais, plantio de subsistência (arroz, mandioca, banana), requerendo necessário escoamento de produtos em atracadouros de suas margens.
  ESTUÁRIO DO PORTO (1775).
ESTUÁRIO DO PORTO SÉCULO XVIII.

Desde os primórdios do Porto santista, a margem esquerda itapemense, dentro da atividade portuária, serviu ao trabalho de carpintaria marítima, reparos de velas, mão-de-obra dos trabalhadores navais e do Porto (estiva, navegação).
MAPA DO PORTO - À DIREITA ITAPEMA/SP (1954).
VISTA DO PORTO AO FUNDO ITAPEMA/SP.

A necessidade de um Sistema de Transporte Marítimo regular demandou funções na condução e atracação no píer da Estação das Barcas, na travessia Itapema - Stos. Desembarque dos turistas paulistanos em direção à Estância Balneária, naqueles tempos remotos de 1893. Servindo hoje ao transporte de passageiros entre as cidades da Baixada Paulista.
ESTAÇÃO DAS BARCAS NA MARGEM ESQUERDA ITAPEMENSE.
PONTÃO DAS BARCAS - ITAPEMA/SP.
BARCA CRUZA O ESTUÁRIO, AO FUNDO MARGEM ITAPEMENSE.
BARCA RETORNA À ITAPEMA/SP.
IMEDIAÇÕES DO PÍER ITAPEMENSE DA ESTAÇÃO DAS BARCAS.
ÁREA DE EMBARCAGEM DAS BARCAS E CATRÁIAS EM ITAPEMA/SP. 

Conjuntamente deu-se o funcionamento das catráias, nossas "gôndolas caiçaras" (antes movidas a remo), que levam passageiros por baixo do Porto de Stos (antigo Rio dos Soldados) até a Bacia do Mercado. Cortando o chão da Vila de Santos pelo Rio dos Soldados - que antigamente era chamado Guranchim, "(...)e o Rio de São Jerônimo, o Rio Salgado, dividido em 2 braços". Este acesso funcionava desde o começo de 1900 sendo regulamentado a partir de Abril de 1913. Houve durante muito tempo um intenso comércio de pescado e banana na Bacia do Macuco.
ANTIGO ATRACADOURO DAS CATRÁIAS EM ITAPEMA/SP (ANOS 70).
ÁREA ATUAL DO ATRACADOURO CATRAIEIRO - ITAPEMA/SP.
CATRÁIA NO ATRACADOURO ITAPEMENSE.
MANOBRA DE SAÍDA DA CATRÁIA DO PÍER EM ITAPEMA/SP.
CATRÁIA ITAPEMENSE NAVEGA NO ESTUÁRIO DO PORTO.
ENTRADA DA CATRÁIA ITAPEMENSE NO TÚNEL SOB O PORTO SANTENSE.
CATRÁIA ITAPEMENSE PASSAGEM SOB O PORTO.
CATRÁIA ITAPEMENSE RETORNO PELO TÚNEL DO PORTO.
CATRÁIA ITAPEMENSE NAVEGA PELO TÚNEL DO PORTO.
CATRÁIA ITAPEMENSE SAÍDA DO TÚNEL DO PORTO SANTENSE.
CATRÁIA CHEGA AO ATRACADOURO EM ITAPEMA/SP.
DESEMBARQUE NO ATRACADOURO CATRAIEIRO ITAPEMENSE.
 PASSAGEIROS DESEMBARCAM DA CATRÁIA EM ITAPEMA/SP.
TERMINAL DE PASSAGEIROS DAS CATRÁIAS - ITAPEMA/SP.
ANTIGA CATRÁIA A REMO MARGEM ITAPEMENSE.
CATRÁIA NO ANTIGO ATRACADOURO EM ITAPEMA/SP.
CATRÁIA MANOBRA NA MARGEM ITAPEMENSE.
CATRÁIAS ANCORADAS NA MARGEM ITAPEMENSE.
CATRÁIAS EM ITAPEMA/SP.
CATRÁIA ITAPEMENSE AO FUNDO FORTE DE ITAPEMA/SP.

Firme na margem esquerda resiste o longevo, Forte de Itapema/sp construído para proteger a região, provavelmente na metade do Século XVI (1557) - é mais comum considerar-se a data de 1670. Concluída em 1908 a torre de 14 metros, com a instalação do Farol serviu como referência para navegação no Porto.
FORTE ITAPEMA/SP NA MARGEM ESQUERDA DO PORTO.
ANCORAGEM DE EMBARCAÇÕES NA ENSEADA DO FORTE ITAPEMA/SP.
IMEDIAÇÕES DO FORTE ITAPEMA/SP NA MARGEM ITAPEMENSE.
ENSEADA DO FORTE ITAPEMA/SP NA MARGEM ESQUERDA.

A grande produção do cultivo de banana em terras itapemenses, entre 1905 e 1950, levou a instalação de um Píer bananeiro. Abastecido por linhas férreas "decaville", vindas dos bananais vizinhos, para escoamento da safra em chatões ou navios, ao lado (da "enseadinha") do Forte Itapema, sob administração da Wilson Sons.

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