__________ Itapema, suas histórias... __________

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Reminiscentes Rocks'n'Rolls no 'SKINA'

A LANCHONETE 'SKINA' FOI POINT DOS "MALUCOS" ITAPEMENSES.

Em noites de estio eles passeiam nos terrenos fronteiriços ao estreito. Clara e morna, os rastros da lua, mais as luzes do Porto cintilam na ardentia do estuário ao constante marulhar da maré.
Entre as folhagens da restinga remanescente gravita o riso pueril. Conversas que se sucedem soltas na névoa quimérica, carregadas de incensa cannabis subindo às constelações. Arrotos de Coca-Cola, pedaços de "margherita", retângulos de chocolate...
"...Até quando esperar
A plebe ajoelhar
Esperando a ajuda do divino Deus." - Entoavam alto na escuridão. Inocente transgressão juvenil à margem esquerda.
Notívagos, alucinados de sonhos, admiram a esquisitice dos morcegos, a auto-suficiência dos pirilampos... Nada são do que pensam ser, de certo somente incertezas.
Tendo como cenário noturno o píer abandonado da Wilson Sons. Fosse a "enseadinha" do Farol de Itapema. Entocados  no "Canto da Coruja". Ou debaixo da Torre de Alta Tensão encravada na "Prainha"... Sair de pinote sobre os trilhos da Ferrovia por causa do "corta barato" dos "tiras".
"...O meu primo Zé
Queria ser como ele é
O orgulho da família
O predileto da mamãe..." - Bem que poderia ser a trilha sonora daqueles momentos.

Pelos descaminhos da suburbana interzone trilham errantes, misturados à realidade turva. A Av. Thiago Ferreira iridescente nas luminárias dos postes elétricos. A cor neon que lampeja intermitente duma fachada, seu coração transplantado no L( )VE anúncio do motel.
- É uma piada... Vocês não entenderam? O amor brinca de esconder. - Arrisca um deles, intentando uma possível lucidez. Enquanto logo ali tangem violões reminiscentes rocks'n'rolls...
"...Who knows where the cold wind blows,
I ask my friends, but, nobody knows.
Who am I to belevie in love,
Oh, love ain't no stranger..." - Malucos e minas, caretas e patricinhas, espalhados pela Praça do Poeta Vicente de Carvalho, defronte ao Bar 'Skina lanches'.
"...Cry out legions of the brave
Time again to save us from the jackals of the street
Ride out, protectors of the realm
Captain's at the helm, sail across the sea of lights..." - Cantam embriagados assim trepados nas jardineiras.
E antes que rompa a madrugada ainda escuta-se...
"...I can't believe the news today
I can't close my eyes, make them go away
How long?
How long must we sing this song?
How long
How long?
Tonight we can be as one
Tonight..."
Passada a euforia hão de tomar juízo. Há um caminho a seguir nada além dos limites.
Será certo a alegoria de que "ninguém é uma ilha" em si mesmo, ou está encerrado nela?