VOTO DE PROTESTO EM ITAPEMA/SP.
O Brasil e demais países do estrangeiro registram em seus anais, no período de Eleições, diversas candidaturas do chamado "Voto de Protesto"
São candidatos lançados por profissionais da Imprensa, senão pela própria população. Campanhas eleitorais que propõem como candidato preferido: animais, palhaços, humoristas, personalidades ou famosidades, como forma de deboche aos Políticos incapazes de representar o povo.
O "Voto de Protesto" é usado para estampar situações, onde durante o pleito eleitoral, o Eleitor decide acirrar seu voto ao votar em candidatos considerados excêntricos ou de algum modo folclóricos, a manifestar claramente sua indignação.
Quase sempre estarrecidos com casos de corrupção, tomando ciência dos escândalos, descrentes, frustrados pela falta de confiança na classe política.
Rinoceronte, macaco, burro, ganso, palhaço, figuras exóticas tiveram aval do voto popular, como verdadeiros candidatos do povo. Expressão facilitada quando as votações (no Brasil) eram realizadas por meio de cédulas eleitorais de papel, onde se assinalava o candidato escolhido. Oportunidade para expressar com a tinta da caneta seu descontentamento, escrever desaforos, além de redigidos pequenos discursos contra os políticos oficiais.
Alguns casos o Candidato animal superou em quantidade de votos os outros colocados, portanto eleito pela população, mas declarava-se a vitória do 2º colocado. Na maioria das vezes com grande votação em relação aos candidatos figurões de Partidos renomados. Nestes casos o Tribunal Eleitoral declarava os votos nulos, embora ficasse consignada a vontade do eleitor(a).
O advento das urnas eletrônicas e a impossibilidade de votar em candidaturas não registradas, tal manifestação migrou para o denominado "Candidato de Protesto".
Candidatos mais votados do Brasil são eleitos deste jeito pelo povo, como forma de protesto. Costureiro desbocado, humorista, astro musical, apresentador de tv polêmico, personalidades folclóricas integraram bancadas nos Poderes Legislativos.
O morador itapemense na década de 1960, numa daquelas eleições, como "Voto de Protesto" lançou a candidatura do Ganso do Siri. Campanha política iniciada no Bairro Pae Cará.
Siri era o dono do conhecido Ganso, um antigo pescador das margens estuarinas de ITAPEMA/SP. A Ave anatídea seguia o dito cujo Siri feito um guarda-costas, bicho de estimação. Atendia pelo carinhoso chamamento de "Ditinho".
Nas redondezas onde morava o Ganso vivia dando carreira em meio mundo pelas ruas. Quem passava na Rua Quarta, "Ditinho" corria atrás e bicava-lhes as pernas. Pessoas transitando na Rua Paraná, logo tomavam um susto com seu grasnado e asas abertas de boas-vindas, os pés desesperados por fugir das bicadas doloridas.
Algumas crianças de pirraça atiçavam o Ganso e saíam em disparada, sebo nas canelas, que o bicho vinha pra cima. Mas, o Ganso "Ditinho" gostava mesmo era dar bicadas naqueles que mexiam com o seu dono Siri.
Quando o pescador voltava da Estação das Barcas, depois de vender as dúzias de siris que apanhava nas margens de ITAPEMA/SP e perambular trôpego pelo Distrito. Antes de chegar em casa, Siri costumava parar no Bar do Seo Bucad, na Rua Paraná com a Rua Maranhão, querendo tomar uma cachaça. As vezes dava talagada de pinga num só gole, enchia o copo d'água e oferecia ao Ganso fazendo graça:
"Essa meu passarinho pode beber..." - Daí se comentar que bebiam no mesmo copo. O pescador itapemense arriava na porta do bar de tanto tomar umas caninhas. E ninguém tocava o homem dali, que o Ganso brabo não deixava.
Assim tornou-se muito falado e seu prestígio obteve as honras do reconhecimento popular. O Ganso "Ditinho" era companheiro fiel, combativo, o "calcanhar de Aquiles" de muita gente, não tinha medo de fazer alarde... Por isso também despertava muitas animosidades e granjeou uns tantos desafetos.
A campanha eleitoral do Ganso Vereador ganhou as ruas do Distrito. Foi distribuído panfleto tendo os seguintes dizeres:
"O povo do Paicará apoia para Vereador "O GANSO DO SIRI". Partido Papa Milho (P.P.M.). O único que é honesto e sincero, não gosta de dinheiro contenta-se apenas com milho." - Propaganda na Imprensa local e muros pintados apareceram na Rua Salgado Filho. O panfleto servia como cédula eleitoral podendo ser colocado oculto na urna.
A verdade é que no dia da eleição municipal, o Ganso do Siri foi bastante votado. Votos abundavam sobre a mesa de escrutínio da Zona Eleitoral 310, deixando os fiscais boquiabertos. A notícia se espalhou na boca do povo. Disseram ter sido eleito para o cargo e assumiria o mandato na Câmara Municipal. As Autoridades satisfeitas elogiaram a festa da Democracia.
Aconteceu que misteriosamente assassinaram o Ganso do Siri. Descobriram-no já morto, aparentemente envenenado. Sem pescoço quebrado, ou ferimento à bala de garruncha. Nem quiseram seu fígado para um gourmet patê Foie gras.
[Canidato a Vereador Ganso do Siri]
Durante o velório do Ganso "Ditinho" pairou singela tristeza. Siri, o dono não entendia aquela pura maldade e derramou lágrimas embriagadas. Em volta do caixãozinho improvisado, um bando de crianças juntou-se chorando condoídas na sua inocência. O Ganso Vereador então sepultado em solo itapemense.
Algum vizinho bronqueado seria o algoz do bicho? Nada...! Suspeitava-se que nobres edis revoltados com a chacota das urnas, mandaram matar o Ganso. Sendo este o primeiro crime político de ITAPEMA/SP.
Todavia, ganhou o Ganso do Siri espaço simbólico no imaginário da população. Eleito candidato honorário do povo.
São candidatos lançados por profissionais da Imprensa, senão pela própria população. Campanhas eleitorais que propõem como candidato preferido: animais, palhaços, humoristas, personalidades ou famosidades, como forma de deboche aos Políticos incapazes de representar o povo.
O "Voto de Protesto" é usado para estampar situações, onde durante o pleito eleitoral, o Eleitor decide acirrar seu voto ao votar em candidatos considerados excêntricos ou de algum modo folclóricos, a manifestar claramente sua indignação.
Quase sempre estarrecidos com casos de corrupção, tomando ciência dos escândalos, descrentes, frustrados pela falta de confiança na classe política.
CHARGE IRONIZA A POSTURA DOS POLÍTICOS TRADICIONAIS.
Rinoceronte, macaco, burro, ganso, palhaço, figuras exóticas tiveram aval do voto popular, como verdadeiros candidatos do povo. Expressão facilitada quando as votações (no Brasil) eram realizadas por meio de cédulas eleitorais de papel, onde se assinalava o candidato escolhido. Oportunidade para expressar com a tinta da caneta seu descontentamento, escrever desaforos, além de redigidos pequenos discursos contra os políticos oficiais.
Alguns casos o Candidato animal superou em quantidade de votos os outros colocados, portanto eleito pela população, mas declarava-se a vitória do 2º colocado. Na maioria das vezes com grande votação em relação aos candidatos figurões de Partidos renomados. Nestes casos o Tribunal Eleitoral declarava os votos nulos, embora ficasse consignada a vontade do eleitor(a).
O advento das urnas eletrônicas e a impossibilidade de votar em candidaturas não registradas, tal manifestação migrou para o denominado "Candidato de Protesto".
Candidatos mais votados do Brasil são eleitos deste jeito pelo povo, como forma de protesto. Costureiro desbocado, humorista, astro musical, apresentador de tv polêmico, personalidades folclóricas integraram bancadas nos Poderes Legislativos.
PANFLETO DO CANDIDATO A VEREADOR GANSO DO SIRI - ELEIÇÕES ITAPEMA/SP.
O morador itapemense na década de 1960, numa daquelas eleições, como "Voto de Protesto" lançou a candidatura do Ganso do Siri. Campanha política iniciada no Bairro Pae Cará.
Siri era o dono do conhecido Ganso, um antigo pescador das margens estuarinas de ITAPEMA/SP. A Ave anatídea seguia o dito cujo Siri feito um guarda-costas, bicho de estimação. Atendia pelo carinhoso chamamento de "Ditinho".
Nas redondezas onde morava o Ganso vivia dando carreira em meio mundo pelas ruas. Quem passava na Rua Quarta, "Ditinho" corria atrás e bicava-lhes as pernas. Pessoas transitando na Rua Paraná, logo tomavam um susto com seu grasnado e asas abertas de boas-vindas, os pés desesperados por fugir das bicadas doloridas.
Algumas crianças de pirraça atiçavam o Ganso e saíam em disparada, sebo nas canelas, que o bicho vinha pra cima. Mas, o Ganso "Ditinho" gostava mesmo era dar bicadas naqueles que mexiam com o seu dono Siri.
Quando o pescador voltava da Estação das Barcas, depois de vender as dúzias de siris que apanhava nas margens de ITAPEMA/SP e perambular trôpego pelo Distrito. Antes de chegar em casa, Siri costumava parar no Bar do Seo Bucad, na Rua Paraná com a Rua Maranhão, querendo tomar uma cachaça. As vezes dava talagada de pinga num só gole, enchia o copo d'água e oferecia ao Ganso fazendo graça:
"Essa meu passarinho pode beber..." - Daí se comentar que bebiam no mesmo copo. O pescador itapemense arriava na porta do bar de tanto tomar umas caninhas. E ninguém tocava o homem dali, que o Ganso brabo não deixava.
ANTIGO ELEITORADO DO VEREADOR GANSO DO SIRI NOS QUINTAIS DE ITAPEMA/SP.
Assim tornou-se muito falado e seu prestígio obteve as honras do reconhecimento popular. O Ganso "Ditinho" era companheiro fiel, combativo, o "calcanhar de Aquiles" de muita gente, não tinha medo de fazer alarde... Por isso também despertava muitas animosidades e granjeou uns tantos desafetos.
A campanha eleitoral do Ganso Vereador ganhou as ruas do Distrito. Foi distribuído panfleto tendo os seguintes dizeres:
"O povo do Paicará apoia para Vereador "O GANSO DO SIRI". Partido Papa Milho (P.P.M.). O único que é honesto e sincero, não gosta de dinheiro contenta-se apenas com milho." - Propaganda na Imprensa local e muros pintados apareceram na Rua Salgado Filho. O panfleto servia como cédula eleitoral podendo ser colocado oculto na urna.
A verdade é que no dia da eleição municipal, o Ganso do Siri foi bastante votado. Votos abundavam sobre a mesa de escrutínio da Zona Eleitoral 310, deixando os fiscais boquiabertos. A notícia se espalhou na boca do povo. Disseram ter sido eleito para o cargo e assumiria o mandato na Câmara Municipal. As Autoridades satisfeitas elogiaram a festa da Democracia.
Aconteceu que misteriosamente assassinaram o Ganso do Siri. Descobriram-no já morto, aparentemente envenenado. Sem pescoço quebrado, ou ferimento à bala de garruncha. Nem quiseram seu fígado para um gourmet patê Foie gras.
[Canidato a Vereador Ganso do Siri]
Durante o velório do Ganso "Ditinho" pairou singela tristeza. Siri, o dono não entendia aquela pura maldade e derramou lágrimas embriagadas. Em volta do caixãozinho improvisado, um bando de crianças juntou-se chorando condoídas na sua inocência. O Ganso Vereador então sepultado em solo itapemense.
Algum vizinho bronqueado seria o algoz do bicho? Nada...! Suspeitava-se que nobres edis revoltados com a chacota das urnas, mandaram matar o Ganso. Sendo este o primeiro crime político de ITAPEMA/SP.
Todavia, ganhou o Ganso do Siri espaço simbólico no imaginário da população. Eleito candidato honorário do povo.
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