ATRACADOURO DO CLUBE INTERNACIONAL DE REGATAS EM ITAPEMA/SP (1919).
Foi graças inicialmente à simpatia dos sócios do Clube Internacional de Regatas pelo Fiel Talaça, vira-lata da mais fina estirpe, que o botequim de pau-a-pique do Preto Martinho no terreno ao lado da sede de Itapema ganhou renome.
Ainda na construção das instalações, o cão invadira o clube náutico tornando-se benquisto dos seus frequentadores. Logo quiseram saber de onde tinha vindo o maroto. Não tardou para que descobrissem sua origem, vingando numa profícua amizade com o verdadeiro dono. [na imagem abaixo à esquerda, garagem de barcos do CIR.]
Talaça galgou o posto de cão-de-guarda. Não havia esse que adentrasse a garagem náutica, o bangalô, sem sua restrita permissão.
Aos domingos atravessavam as cercas-vivas de bambu para encontros saborosos no bar do itapemense. Preto Martinho recebia os homens palmeando trechos de uma música qual os sócios cantavam na sede a pilheriar entre si.
"Por remar em canoé
Deixou de ir ao Pae-Cará
Joaquim Amorim Netto
Vulgo gragoatá.
(...)Quem sabe inventa
Quem não sabe imita..."
Todos então já riam-se emendando o canto:
- É tubarão? Não é.
É jacaré? Não é.
Então, o que é afinal? - Ao que os remadores bradavam o nome do clube.
ALÉM DO REMO, OUTRAS ATIVIDADES ESPORTIVAS E SOCIAIS ERAM PROMOVIDAS PELO CIR (no detalhe da foto acima repare num cão sob a embarcação).
Iam lá provar a caldeirada de siri acompanhada da famosa "caldinho de unha", pinga com frutas feita por Martinho sem muito asseio.
- O álcool mata... - Atestava um gaiato, conhecedor da bebida. Comentário suficiente para dar mote às piadas.
- Depois dessa, vocês nadam daqui até o outro lado do canal com os braços nas costas. - Repercutia um moço, as faces coradas.
- Remo sem parar até o Rio Tietê! - Arrematou um terceiro virando a caneca.
Cada um encontrava um chiste para zombar dos efeitos daquela exótica "garrafada".
REGIÃO ATUAL ONDE FICAVAM AS INSTALAÇÕES DO CLUBE INTERNACIONAL DE REGATAS EM ITAPEMA-SP.
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