GRETA JEAN, "A PEONEIRA DE ITAPEMA" FAZENDO HISTÓRIA.
Desobedecendo ordens expressas do Capitão, o tripulante filipino evadiu-se do 'New Ventureri' então atracado no cais de Conceiçãozinha, na margem esquerda itapemense do Porto. Era a primeira viagem ao Brasil.
Longas semanas no mar deixavam sua libido em polvorosa. Informado dos "points" da cidadezinha, pelos "patrícios" estivadores do terno daquele dia zarpou ali pros lados do Rio "da Pouca Saúde", próximo ao Hospital... O píer fincado ao mangue, os sons metálicos, maquinários rangentes, equipamentos ruidosos, composições de carga se chocando, tendo cruzado o ramal ferroviário ficara para trás. Logo o cenário urbano de ITAPEMA CITY se descortinou, a noite lilás sobre o baixo casario do Distrito, de luzes corruscantes pelas luminárias dos postes, dois cães que perambulavam bairro adentro, uma música que tocava alto ao longe numa festa, o varum ocasional dos carros...
Caminhando pela ciclovia, às margens da Via Santos Dumont, avistou um bando de fêmeas à sombra dum muro. O perfume que espalhara abundante recendia ao sereno da noite, misturado a envolvente nuvem de nicotina do seu cigarro Camel.
- Quer fazer amorzinho, bem? - Adiantou-se a bicha da vez. Deu um giro e fez pose mostrando toda sua exuberância, enquanto baixava o bustiê.
"Como ouvi dizer... Brasileira, mulher diferente!" - Pensava consigo na língua pátria lamber-lhe os seios... Deixa cair a bituca incandescente pensa nos lábios.
- Ih, que foi! O gato comeu tua língua?... Cachorrão!! - Se ela desconfiasse do gosto exótico dele por cachorros, e nem precisavam ser de estimação. - Quer que a Greta seja a tua cachorrinha?...
- "Patrícia"...! - Tentou se comunicar.
- Oh, que bonitinho!... Patrícia não, benzinho... Greta Jean. - E cobriu suas tetas apetitosas com a tira de pano colorido envolta do busto.
O marinheiro fillipino, feito um peixe fora d'água, gesticula querendo saber o valor do programa. Só daí, Greta percebeu que o "bofe" era gringo.
- ...Eu achando que seria um guapo filho de índio, menina...! - Pensou surpresa em voz alta.
- ...Eu achando que seria um guapo filho de índio, menina...! - Pensou surpresa em voz alta.
- Love, "patrícia"... Sex.
- Fuck me you??... $30 dólares. Tem? - Ele pareceu entender o valor.
- Faazzz tuuu-do, né... - Arriscou transpor as dificuldades da língua e se fazer entender.
- Mais $20 dólares, I make deep throat bem gulosa.
Entusiasmado quis encher a mão embaixo...
- Mais $20 dólares, I make deep throat bem gulosa.
Entusiasmado quis encher a mão embaixo...
- Ai, honey! - Assustou-se ela. - Devilzinho!! Área de lazer... Not. Interditada, viu? Dangerous... A Gretinha aqui está "naqueles dias" do mês... Bloody Mary!
- What!? - Continuou ainda a boliná-la quase descobrindo-lhe o segredo.
- What!? - Continuou ainda a boliná-la quase descobrindo-lhe o segredo.
Nisso a travesti conduziu a mão do marujo e firmou em suas nádegas sedosas. Virou de costas e delicadamente inclinou-se rebolando charmosa.
"Quando contar pros meus amigos lá em Palawan, que saí com um mulherão desse adepta das posições do Kama Sutra, eles vão me invejar." - Satisfazia-lhe o pensamento no dialeto do seu país.
"Quando contar pros meus amigos lá em Palawan, que saí com um mulherão desse adepta das posições do Kama Sutra, eles vão me invejar." - Satisfazia-lhe o pensamento no dialeto do seu país.
- O tchan... Ok! - Fez com o dedão positivamente, a unha pintada de esmalte vermelho da Avon.
- Thii... aan. - Tentava soletrar o filipino. - Thian! Is beautiful!! - Riu acanhado deixando à mostra sua banguela.
- Yes... Satisfaction garantida. Made in Brazil. - Esfregou-se nele dengosa.
Sedento tirou uma garrafa miniatura de whisky Black Horse dum bolso da jaqueta Levi's surrada, bebendo de um só gole.
- Enjoy, my boy... Pois para o álcool todas as gatas são pardas.
- Yeah! Yeah! Very good!
- Like disto?... (Paf!) - Greta lasciva estapeou o próprio traseiro. - Let's go. - As amigas ovacionaram deleitadas. - A moment please, girls... Hoje eu estou international, tá! Lombinho recheado com linguiça importada... - Saiu aos abraços com o marinheiro, dobrando a esquina da Rua Manoel Otero Rodrigues para uma improvisada alcova na urbe itapemense. Greta Jean ganhava fama, já havia dado pra todo mundo.
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